Jornal Nacional - 13 de julho de 2009
A trajetória de um menor infrator que se transformou em escritor e educador virou um filme que emocionou jovens e adolescentes do Rio de Janeiro nesta segunda. A exibição foi no Projeto Criança Esperança do Morro do Cantagalo. O homem que esses jovens nunca viram tem um recado para eles. "Todos vocês têm uma grande oportunidade na vida". Roberto Carlos Ramos é um contador de histórias. Ele chegou ao Espaço Criança Esperança, no Rio, para a exibição de um filme, ao lado do diretor Luiz Villaça e da atriz e produtora Denise Fraga. "São espaços e projetos como esses que deixam a gente com a alma mais lavada, com a sensação de poder dormir mais tranquilo". "A gente vir aqui faz a gente querer acordar amanhã, faz a gente querer fazer coisa, faz a gente querer ter projetos", disse Denise Fraga. Vieram mostrar uma história que poderia ser a de tantos jovens em todo o Brasil. O filme é inspirado na vida do próprio contador de histórias. Roberto nasceu em uma favela de Belo Horizonte. Era o caçula de dez irmãos. A mãe, pobre, achando que fazia o melhor pelo futuro do filho, internou o menino na Febem, quando ele tinha seis anos. Aos 13 anos, já tinha aprendido a furtar, a se drogar, era analfabeto e considerado um caso irrecuperável. Unido a outros meninos, Roberto era mais um menor infrator. Uma pedagoga francesa acreditou que Roberto podia ser recuperado. Com ela, aprendeu a ler, a olhar para o futuro. O filme foi visto por 150 jovens na tarde desta segunda. Eles ficaram comovidos. "Eu me emocionei muito. Apesar de tudo que ele passou, conseguiu se superar", disse uma jovem. Roberto adotou 13 meninos de rua e hoje mantém uma casa para eles próximo a Belo Horizonte. A educação, ele acredita, foi o que transformou o menino infrator em exemplo de esperança. “A educação que foi a ferramenta da minha transformação. A educação é que permite que eu chegue até as pessoas e conte a minha história”.
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