terça-feira, 27 de julho de 2010

ECE RJ no Bom Dia Brasil - 27 julho 2010

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Espaço em morro carioca ensina jovens a sonharem por vida mais feliz

Em metade das casas da região, existe pelo menos uma pessoa frequentando o Espaço Criança Esperança.
O Criança Esperança completa 25 anos. O projeto, uma parceria da Rede Globo com a Unesco, ganhou forma em um espaço aberto no Rio de Janeiro, um lugar onde oito mil jovens renovam o sonho de uma vida mais feliz.
É muita beleza em volta e não poderia haver moldura mais perfeita para o trabalho de educar e de ampliar os horizontes. Na aula de natação, uma nova experiência.
“Só praia, não entrava em piscina”, conta Tainá de Souza, de 13 anos.
Lucas, de 9 anos, é um exemplo de aproveitamento máximo. “Gosto de nadar, gosto de jogar bola, fazer circo”, afirma.


Maria de Fátima Barros, avó de Lucas, fica boba de ver. “Ele já quer fazer outras oficinas aqui, porque ele acha que está sendo pouco para ele”, comenta.
No local, avós, mães e pais podem e devem participar. Alguns tiram até uma casquinha.
“Eu também estou aproveitando essa oportunidade que o espaço dá para ele, e também participo junto com ele, o que é muito importante”, afirma Edvaldo Moraes, pai de aluno e juiz de futebol.
“Eu torço por um futuro melhor para ele, não só para ele, mas para todas as crianças que estão aqui”, aponta Rosa de Abreu, mãe de aluno.
Filha de faxineiros, Helen Maia chegou ao espaço aos 14 anos. Começou a praticar esportes e não parou mais: “Fui menor aprendiz e hoje sou funcionária. Estou fazendo faculdade de tecnólogo de informática e estou no quinto período, já estou quase me formando”, conta.
Essa multiplicação de oportunidades existe graças à soma das contribuições de milhares de brasileiros, mais o esforço de educadores e da comunidade. O resultado é a criação do primeiro Espaço Criança Esperança do Brasil, no Morro do Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro. No local, é preciso ser bom de conta, porque os números são de impressionar.
Oito mil crianças e adolescentes foram atendidos no lugar que já foi um hotel em ruínas. Em metade das casas da região, existe pelo menos uma pessoa frequentando o Espaço Criança Esperança.
A partir do que aprendeu no local, Rafaela Feliciano, de 20 anos, foi abrindo caminhos, que antes pareciam tão estreitos. Praticou esportes, fez informática, chegou à faculdade de jornalismo. E é com a família que quer dividir essas conquistas. “Quero tudo para mim, mas também para mostrar para eles que foram uns pais exemplares. Quero que eles saibam disso, vejam isso”, chora.“O mundo que eles não conheciam, eles passam a conhecer e passam a querer”, aposta a coordenadora pedagógica Norma Reis. “Isso é muito importante, porque para eles o mundo era muito pequeno, a visão que eles tinham era uma visão muito curta e essa visão foi ampliada, ela cresceu. E é muito gratificante para a gente ver que eles possam sonhar e querer e com certeza poder”.